E porque não?

Sou cristão há uns tantos anos. Digamos sou crente desde que nasci. Ora, o estranho é que sempre achei que isso fosse tão verdade que nem se quer lembro-me de quando me converti; sabe, quando vamos a frente e você chora e é orado, logo depois pedem pra você repetir um monte de coisas... Pois então, esse degrau na minha escadinha para o céu foi pulado graças a minha família de berço crente. Quando digo isso e assim, não é que eu queira ser ingrato, ou tão pouco sou entristecido...Apenas não me lembro de ter passado por essa tão honrável liturgia cristã.

Sem dúvida, me converti nesses tantos dias que somam esses tantos anos como cristão. Embora esteja falando em conversão, queria falar do culto que assisti (ou participei?) hoje. Ah! Que por sinal, repeti a oração da conversão durante o apelo, tin-tin por tin-tin (perdoem-me pela expressão antiquada).

Durante todo o culto fazia piadinhas e brincava com a maneira engessada do pastor pregar lá na frente. É. Eu sei que parece cruel. Mas fiquem tranquilos, não zombei tanto assim...

Entretanto, uma delas me transtornou. O pastor comentava sobre como as pessoas poderiam ser ruins relembrando-nos alguns exemplos de "homens que roubam no governo e que tomam o dinheiro do povo e que fazem um monte de bobagens frente a uma população" etc. Sem perder tempo comentei com um amigo ao lado: " mas porque ele não diz: 'esses caras que sacaneam geral e deixam um monte de merdas pra trás...'? Seria tão mais empolgante e original..."

"Que bobagem!" você deve estar pensando... Porém não é não.

Porque assumir essa postura tão imaculada e tão perfeita frente a igreja? Será que ele não sabe que isso requer muito mais dele? Será que ele não sabe que quando errar vão acusá-lo logo em seguida? Ou será que inocentemente, algum pregador ainda acha que não reparamos seus erros de português?

Ele - e com esse pronome refiro-me a todos os pregadores- pode ser tão normal no púlpito como é em casa. A imagem que é projetada de alguém que sobe num púlpito é que ela nem faz cocô. Será tão necessário manter tanta santidade? Por que não facilitar pelo menos a linguagem?

Apesar das grotescas manchetes dos jornais populares, são eles que sustentam boa parte das bancas das cidades. A linguagem usada chega a assustar...Mas quer saber? São eles que me divertem e são eles que, de certa forma, levam a novas notícias ao povo.

Sabem quem levam as nossas boas novas de salvação para a massa?

(intervalo para reflexão)

Ps: pastores, não tenham medo da exposição, suas vidas já são fofocadas mesmo...

Se querem brilhar o brilho de Jesus, o que temer?

Falem da maneira que conversam com seu Deus, ou com um bom amigo. Seus fiéis apreciarão isso.